Led Zeppelin: “In Through the Out Door”, o último disco. Seis capas sob diferentes óticas.
In Through the Out Door, é um álbum com experimentações eletrônicas e com uma das melhores capas, ou melhor, seis capas do Led Zeppelin.
Por Sandro Abecassis
Lançado em 15 de agosto de 1979, In Through the Out Door, é oficialmente o último disco do Led Zeppelin.
As gravações do álbum aconteceram até novembro de 1978, o disco tem uma sonoridade diferente, com a produção mais focada em John Paul Jones e Robert Plant. Incorporando teclados e sintetizadores nas faixas.
O fato é que Jimmy Page estava se afundando com o vício em heroína e Bonham lutava no alcoolismo. Os fãs se dividiram entre gostar ou não, aliás, aquele período da chegada da new wave trouxe algumas influências para outros gêneros do rock.
A balada pop e radiofônica, “All My Love”, que Plant compôs em homenagem ao seu filho Karac, morto anos antes, alcançou o topo das paradas britânicas e virou hit mundial.
A abertura do álbum, em “In The Evening”, com seus sintetizadores, e a guitarra de Page subindo para que Plant entre com seu vocal alto e cheio de efeitos, mostram como será o álbum.
In Through the Out Door, traz uma essência do Led, flertando com a modernidade da década de seguinte. Portanto, o disco vai das paradinhas eletrônicas, ao folk/country e hard rock, como em “South Bound Suarez” e “Hot Dog”.
A saga do Led em uma música
“Carouselambra”, faixa com 10 minutos, o Led segue uma linha que iria dar o tom em grandes bandas de rock dos 80, como o próprio Van Halen e Gênesis, abusando dos teclados em compasso com a bateria.
Contudo, Plant se arrepende de “Carouselambra”, e diz que teria feito diferente, “Teria feito de outra forma. Mas toda história do Led Zeppelin está nessa letra”.
As mudanças durante a música, e as metáforas nas letras refletem isso, afinal, a banda estava se recompondo de anos bem difíceis, com mortes de amigos, acidentes, e a perda do filho de Robert. Sem falar na condição errática de Page e Bonham naquele momento. Confira parte dos versos da letra:
Where was your helping, where was your bow? Bow. (Onde estava sua amiga, onde estava o seu arco? Bow.)
Dull is the armour, cold is the day. (Dull é a armadura, o frio é o dia.)
Hard was the journey, dark was the way. Way. (difícil foi a viagem, escuro era o caminho. Caminho)
I heard the word; I couldn’t stay. (Oh.Eu ouvi a palavra, eu não podia ficar. Oh.
I couldn’t stand it another day, another day, (Eu não poderia suportar isso outro dia, outro dia)
Another day, another day (Outro dia, outro dia)
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As capas
Um outro aspecto curioso do disco são as capas criadas pelo grupo de designs Hipgnosis. No total, seis diferentes, na época o vinil vinha com uma capa tipo como papel de pão fosco, então, o fã que comprasse não saberia qual tipo de capa interna viria. E ainda mais, havia a lenda que se caísse água neste papel revelaria um segredo.
O cenário remetia ao tradicional bar de Nova Orleans, Old Absinthe House, que funciona desde 1807. Dessa forma, com um cenário típico de bar.
Sendo assim, na primeira capa, a visão é do homem da porta do bar olhando o cliente sentado no balcão, o barman e a mulher cantando ao fundo junto com o pianista.
A segunda é a ótica do Pianista que olha para trás e vê uma cadeira caída, as pernas da cantora, o cliente, o barman e o homem na porta e uma mulher sob uma luz.
A terceira, a visão da cantora do balcão com o cliente, barman, a mulher sob a luz, e o homem na porta.
Na quarta visão, o olhar é do barman, para o cliente, e ao fundo uma mulher ao lado de uma jukebox
A quinta visão, é ótica da mulher sob a luz, que vê o barman, o cliente, a cantora e o pianista e a mulher da jukebox.
E por fim, a sexta e última, a visão é da mulher da Jukebox, vendo o cliente, o barman, e a moça sob a luz.
Veja o lugar no google Maps
O fim.
O lançamento de “In Through the Out Door” aconteceu em Knebworth, uma área rural a cerca de 70 km ao norte de Londres. Era a primeira apresentação da banda depois de um hiato de quatro anos. Veja:
Em 1980, um pouco antes da turnê americana começar, John Bonham morreu. Na época ainda cogitaram a substituição por Cozy Powell, no entanto, logo depois saiu um comunicado sobre o fim das atividades da banda.
“Desejamos que seja conhecido que a perda de nosso querido amigo e o profundo senso de harmonia indivisa sentido por nós e nosso gerente nos levaram a decidir que não poderíamos continuar como eram.” Conforme dizia a nota.
As capas dos LPs importados do Led Zeppelin eram diferentes dos discos vendidos no Brasil. Um amigo foi para os EUA em 1979 e trouxe pro meu ex-marido, dois discos importados, o Led III, onde os círculos com as fotos de Plant, Page, Bonham e John Paul Jones eram recortados, vazados. Dentro da capa tinha um círculo de papelão com várias imagens. Girando o círculo, as imagens surgiam nos círculos vazados da capa. O outro era o Physycal Graffitti, as janelas também eram recortadas e havia um encarte cheio de janelas e cada janela tinha uma imagem diferente. O LP ficava dentro desse encarte. Era simplesmente sensacional, nunca vi nada parecido.
Exatamente, algo que se perdeu muito com o CD, até tentaram fazer algo criativo, como por exemplo, o Pulse que vinha com aquelas luzes. Mas nada se compara a criatividade dos vinis e LPs, que ainda existem, mas são caríssimos.